Ramana Maharshi

Recentemente, fiz uma viagem às sagradas terras da Índia. Um dos passos que dei em minha constante busca pelo autoconhecimento e aprendizado… pelo mergulho em minha Essência, a Jornada pela minha Missão de Alma.

Tive a oportunidade de uma breve imersão na cultura e espiritualidade que permeiam essa antiquíssima sociedade. Prestando atenção aos detalhes foi fácil compreender que, apesar das marcantes diferenças culturais entre os povos, o “olhar” dos integrantes de nosso grupo nos permitiu perceber a maior preciosidade daquela incursão: Sentir a energia que permeia o lugar.

Um desses momentos aconteceu durante minha visita à montanha de Arunachala. Para os hindus essa montanha é sagrada, sendo considerada o próprio Deus Shiva materializado na Terra. Há séculos (ou milênios!), muitos buscam se integrar com essa energia, visando encontrar suas Missões de Alma e, para aqueles preparados, a Iluminação Espiritual.

O caso mais emblemático é o do Guru Ramana Maharshi. Um de seus ensinamentos (seguindo uma antiga tradição) mostra que circundar a montanha buscando se conectar à sua Essência, permite ao Homem encontrar seu Propósito.

Infelizmente, devido ao desenvolvimento urbano, a cidade ocupou a base da montanha, impedindo (ou dificultando) essa introspecção. Entretanto, uma outra jornada ainda é possível. Subir a pé pela montanha, visitando alguns dos locais onde o Guru viveu boa parte de sua vida.

Essa experiência maravilhosa me mostrou claramente, a dificuldade que temos para fechar essa conexão, ou seja, existem diversos fatores que podem nos atrapalhar durante a busca pelo contato com nossa Essência.

Seguindo as orientações que recebemos, iniciamos a caminhada buscando nos desligar de todos os estímulos externos, nos concentrando apenas na conversa com o “Eu Interior”.

Já de início, deu para perceber que manter essa conexão é bastante difícil. Vejamos…

• Seguindo a tradição, a caminhada deve ser feita com os pés descalços (essa integração entre Homem e a energia da Terra é necessária e imprescindível). O caminho de pedras às vezes nos machuca. Se não estivermos concentrados, facilmente podemos desistir por conta do desconforto;
• Como disse anteriormente, a montanha é praticamente circundada pela cidade. O trânsito volumoso e o costume local, fazem com que o ruído de buzinas se transforme no centro de sua atenção;
• Cada vez mais alto, é fácil ver a beleza natural daquela paisagem. Como resistir à possibilidade de uma foto da região… ou quem sabe uma selfie tendo o templo de Arunachaleswara ao fundo?
• A natureza também fornece alguns outros elementos para nos distrair. Macacos travessos desfilam e buscam interagir com os buscadores.

Bem, essa caminhada (na verdade uma maravilhosa experiência meditativa) se mostrou uma bela metáfora para a Jornada que temos em nossa vida. Mesmo com uma meta bem definida, um conceito teoricamente entendido, a orientação de um Guru ou líder espiritual, estamos constantemente expostos a elementos que tomam nossa atenção.

Resistir e buscar manter o foco é a única maneira de mergulhar em nossa Essência. Não, não se trata de ser indiferente ou insensível com aqueles que cruzam nosso caminho, ou com as belezas que nos cercam. Tampouco de nos martirizarmos com aquilo que parece nos fazer sofrer ou sentir dor.

Para mim ficou bastante claro que, durante aquele momento que você resolveu dedicar ao encontro com seu “Eu Interior”, é necessário desligar os seus cinco sentidos físicos tradicionais…, é preciso se desconectar da razão. Nesse instante, apenas o coração deve estar ativado!

Sim… A única maneira de se conectar com sua Essência é ser a própria Essência.

E você, como anda se conectando com a sua?? Já parou para analisar quanto tempo dedica à imersão em sua Essência?? Mais… como anda a qualidade dessa conexão??

Coloque seu sonho para andar! Confie e aproveite a jornada!